Notícia

06/02/2016

CONFIRMADO PRIMEIRO CASO DE ZIKA VÍRUS NO RS

Foi confirmado na manhã desta sexta-feira o primeiro caso de zika vírus no Rio Grande do Sul. Uma moradora de Porto Alegre contraiu a doença ao viajar ao município de Marcelândia, no interior de Mato Grosso. Ela reside no bairro Jardim Carvalho, na zona Leste da Capital, e não está grávida. Medidas para evitar que o vírus se alastre já vêm sendo tomadas no entorno da casa da paciente desde o início de janeiro, quando foi notificada a suspeita.
 
Conforme a Secretaria Municipal da Saúde, armadilhas para verificar a presença do Aedes Aegypti não verificaram nenhum mosquito contaminado pelo vírus na área. A possibilidade de que o caso dê início a um foco de proliferação do vírus é pequena, mas, de acordo com a secretária adjunta Fátima Ali, o período é de alerta.
 
“Depende muito do cuidado que vamos ter com os criadouros e também das nossas ações planejadas de saúde, como visitas, aplicações de inseticida e a ação nacional do dia 13. Porto Alegre vai ter um efetivo de 1,2 mil militares junto com toda a sociedade civil, para que possamos ter um mínimo controle dessa epidemia, desse alerta mundial”, explicou.
 
No total, houve 68 notificações de suspeitas de zika vírus no Rio Grande do Sul desde o ano passado, sendo que alguns casos ainda aguardam resultado de exames. Apesar de este ser o primeiro caso de zika, um bebê nascido em Esteio, com microcefalia, pode ter sido contaminado durante a gestação da mãe, que viajou ao Nordeste no verão passado.
 
O secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, reforçou que a atenção principal é voltada à Região Metropolitana e ao Noroeste do Estado, que têm maiores índices de infestação pelo mosquito transmissor. Já em relação à dengue, o Rio Grande do Sul tem 36 casos confirmados até agora, sendo quatro autóctones. O primeiro caso de contaminação em Porto Alegre ocorreu no bairro Vila Nova, na zona sul. Ao menos outros dois moradores da mesma casa do paciente também estão com suspeita da doença.
 
Sintomas
 
Os sintomas relacionados ao vírus zika costumam se manifestar de maneira branda e o paciente pode, inclusive, estar infectado e não apresentar qualquer sintoma (apenas uma em cada quatro pessoas infectadas apresenta manifestação clínica da doença). Mas um sinal clínico que pode aparecer logo nas primeiras 24 horas e é considerado como uma marca da doença é o rash cutâneo e o prurido, ou seja, manchas vermelhas na pele que provocam intensa coceira. Há, inclusive, relatos de pacientes que têm dificuldade para dormir por conta da intensidade dessas coceiras.
 
Ao contrário da dengue e da chikungunya, o quadro de febre causado pelo zika vírus costuma ser mais baixo e as dores nas articulações mais leves. A doença ainda traz como sintomas a hiperemia conjuntival (irritação que deixa os olhos vermelhos, mas sem secreção e sem coceira), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.
 
Bastante raros, os relatos de morte em decorrência de zika estão, geralmente, relacionados ao agravamento do estado de saúde do paciente, já portador de outras enfermidades.
 
Mais de 30 suspeitas do vírus que pode provocar a microcefalia já haviam sido investigadas até agora no Estado, mas esta é a primeira a ser confirmada através de exames. Porto Alegre também registra o primeiro caso de dengue autóctone neste ano. Ações de alerta para prevenção das doenças causadas pelo Aedes Egypti serão realizadas hoje, na estação rodoviária da Capital e na FreeWay.
 

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