Subiu de quatro para sete nesta segunda-feira, 7 de janeiro, o número de propriedades rurais prejudicadas pela mortandade de abelhas no pequeno município de São José das Missões, no Norte gaúcho. Os dados foram atualizados pela Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar de Frederico Westphalen, que registrou novos boletins de ocorrência nos dias 4 e 7 de janeiro, todos na comunidade de linha Progresso.
No total, 108 enxames foram dizimados, gerando perdas na população de abelhas e no mel que estava por ser colhido. A suspeita é de que o incidente tenha sido gerado pela contaminação por uso de veneno aplicado entre fim de dezembro e começo de janeiro para combater um inseto que ataca lavouras de soja, o tamanduá-da-soja, junto a outro produto empregado para secar nabo em meio ao cultivo.
O agricultor investigado como responsável disse que não teve intenção de matar as abelhas e que não recebeu orientação do técnico agrícola de que o inseticida poderia afetar outras espécies. À Patram, ele apresentou nota e receituário do agrotóxico Mustang 350 CE e mostrou os produtos estocados em seu galpão, nenhum ilegal, informou a corporação. “O produto deveria ter sido utilizado antes da floração do nabo, mas segundo o acusado, na época não havia umidade suficiente no solo”, explicou a comandante da Patram, Juliana Lahr.
A orientação da Patram é que os produtores rurais procurem orientação completa sobre os produtos a serem aplicados nas propriedades.
Na natureza, elas estão entre os principais polinizadores, o que garante a produção de frutos e sementes, além da reprodução de diversas plantas, conforme o engenheiro agrônomo da Emater do município, Mairo Trentin Piovesan, que estima que tenham morrido mais de 12 milhões de abelhas. “Cada colmeia geralmente produz 40 quilos de mel/ano e a metade estava por ser colhido, estamos no meio da safra. É um dano considerável visto que estas famílias usam o mel para consumo ou para vender informalmente, complementando renda”, expôs Piovesan.
O município possui 15 famílias apicultoras, as quais, juntas, produzem de 8 a 10 toneladas do produto/ano, vendido a R$ 20 o quilo, em média.
Fonte: Folha do Noroeste
Postado por Rádio Nativa FM/ MFB