Notícia

30/07/2020

Da religião à culinária: família Koch mantém viva a tradição alemã

Fazia apenas dois anos da independência do Brasil – ocorrida em 1822 – quando os primeiros alemães desembarcaram no Rio de Janeiro e posterior no Rio Grande do Sul, com promessas de lotes de terras, animais para subsistência e ferramentas para início das derrubadas das matas. O objetivo era povoar essa região de fazendeiros e escravos e constituir uma classe média no Sul do país.
 
 
Sem o cumprimento das promessas, mas determinados a reconstruírem suas histórias longe da pátria amada, os primeiros colonos chegaram no Estado em 25 de julho de 1824, na região de São Leopoldo, onde se estabeleceram na Real Feitoria do Linho-Cânhamo. “Nesta primeira leva era proibido aos alemães terem escravos e só era admitida a vinda de casais ou famílias. Homens ou mulheres solteiros não podiam se inscrever. Além disso, a maior parte destas imigrações iniciais veio da região de Hunsrück (que significa lombo de cachorro, em virtude de as montanhas terem este formato), e era constituída de luteranos, que trouxeram junto duas coisas muito importantes: a Bíblia e o hinário”, conta o professor de História aposentado e morador de Erval Seco, Arri Koch.
 
 
 
A família Koch
 
Segundo Seu Arri, os antepassados da família Koch também vieram da região de Hunsrück, no sudoeste da Alemanha. No Estado, inicialmente se estabeleceram em São Leopoldo, mas uma família acabou se deslocando para Mariana Pimentel, nos arredores de Guaíba, e mais tarde em Tapejara e Charrua, no Norte do Estado. “Meu avô tinha terras, mas acabou se dedicando mais na atividade de bebidas. Mesmo analfabeto, recebeu o registro do Ministério da Agricultura de químico em bebidas”, lembra.
 
 
Natural de Charrua, Koch veio para Erval Seco na década de 1960, para lecionar na Escola Rio Branco. A partir daí, manteve os vínculos no município recém-emancipado, como professor, secretário de Administração por muitas gestões, e integrante da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Em Erval Seco, também conheceu a dona Cleci Terezinha, com quem é casado há 55 anos e teve uma filha e dois netos.
 
 
 
Tradições ainda presentes
 
De acordo com o professor aposentado, a religião sempre foi uma questão muito forte na cultura alemã, algo que veio com a imigração e permaneceu, principalmente, em razão das grandes dificuldades enfrentadas pelo povo na nova pátria. “A partir da religião e da constituição das comunidades surgiram também todas as questões de diversão, como os clube de caça (tiro ao alvo), e as festas de igreja, que nós chamamos de Kerb, que são aquelas festas populares vinculadas ao culto, ao baile e à garrafa da cerveja. Nestas festas, a presença da culinária típica também é garantida, como a cuca com açúcar por cima, a cuca recheada com maçãs, todos os tipos de pratos com batatinhas, além do joelho do porco frito na banha”, afirma.
 
 
Além das tradições comunitárias, a família Koch mantém costumes típicos no âmbito familiar, principalmente o dialeto, a leitura de livros, dentre eles a Bíblia, em alemão, e na própria gastronomia. “O nhoque é uma das coisas mais características dos alemães que a gente preserva ainda, mas também tem a batatinha e o frango. No domingo, por exemplo, não podia faltar a sopa de frango com massa caseira, e aqui ainda não falta, seja durante a semana ou no domingo à noite. Ainda tem o chucrute (conserva de repolho fermentado), outro prato muito tradicional da nossa vasta culinária”, destaca Cleci.
 
 
 
 
 
 
Fonte: O Alto Uruguai
Postado por Marcia Bauer/ Rádio Nativa FM

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