A bichana pertence a uma família que contraiu o vírus após irem a uma festa em setembro. O casal adoeceu, mas o filho pequeno deles permaneceu assintomático, assim como o animal. A festa em questão gerou outros casos confirmados da doença, inclusive de um outro gato e de um cachorro, que testaram positivo, mas com uma carga viral mais baixa. Por isso, permanecem em estudo.
Essa informação traz à tona diversas dúvidas sobre a transmissão do vírus de pessoas para animais e vice-versa. Segundo o jornal, as possibilidades estão sob investigação, mas, na China, um estudo em laboratório mostrou que gatos podem transmitir a doença para outros felinos.
— Minha preocupação é que os animais infectados levem o coronavírus para mais animais e pessoas. No caso do gato, é ainda mais complexo do que no do cão, porque gatos que moram em casas muitas vezes saem de seu domicílio livremente — afirma Valéria.
Não há muitas respostas sobre a ação da doença em animais, considerando que há menos de 20 casos de cães e gatos comprovadamente infectados no mundo. No entanto, Alexander Biondo, do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que, diante dos dados vistos até o momento, os gatos são mais suscetíveis do que os cães.
Biondo é coordenador do maior estudo para investigar o coronavírus em animais de estimação no Brasil, e também um dos autores principais da mais completa revisão internacional sobre covid-19 em pets. Valéria enviou amostras colhidas da gata infectada para uma análise diagnóstica pelo laboratório coordenado por Biondo e por outro grupo de Belo Horizonte, onde também serão feitos exames de anticorpos.
Fonte: GaúchaZH