A mãe de Rafael Mateus Winques, de 11 anos, encontrado morto em Planalto, Alexandra Dougokenski apresentou uma nova versão dos acontecimentos e admitiu ter estrangulado o filho, segundo a Polícia Civil.
Alexandra prestou novo depoimento, no último sábado, 27 de junho, em Porto Alegre. O objetivo era confrontar a versão apresentada durante a reconstituição do crime, ocorrida em 18 de junho.
O diretor da Divisão de Inteligência Policial e Análise Criminal do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Eibert Moreira Neto, disse que Alexandra resolveu trazer uma confissão real do que de fato ocorreu e também esclareceu a motivação do crime que para a Polícia Civil já era extremamente clara.
Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil apresentou a versão apresentada por Alexandra.
Moreira Neto contou que Alexandra relatou durante o depoimento que após já ter repreendido Rafael pelo fato de estar passando diversas noites em claro mexendo no celular, “fato que já vinha incomodando”, resolveu ministrar o remédio para que o menino dormisse.
Alexandra teria ido para cama por volta das 2 horas acordou e viu que Rafael ainda estava acordado mesmo após ter tomado o medicamento. “Naquele momento ela perdeu o controle da situação e resolveu de fato estrangular ele”, afirmou o delegado.
Ainda de acordo com Eibert, Alexandra colocou a corda para estrangular o filho ainda na cama, com o menino vivo. Rafael se debateu, conforme informou o delegado, caiu e machucou a costela, que acrescentou que o menino tem uma lesão comprovada na necropsia.
No novo depoimento, a mãe disse que não conseguiu acompanhar a cena. Saiu do quarto e deixou o menino asfixiando. Quando voltou viu que estava desfalecido.
- Ela foi no quarto, pegou a sacola porque não conseguia ver o rosto dele, e cobriu o rosto -, disse Moreira Neto.
Segundo o depoimento de sábado, 27 de junho, a suspeita não teria arrastado Rafael com a corda para o pátio da casa vizinha, como havia inicialmente afirmado. Alexandra teria pego o menino no colo e lavado para a casa do vizinho, porque sabia que ali havia uma caixa.
De acordo com Eibert, ficou muito claro para a Polícia Civil, durante as investigações, que Alexandra é uma pessoa "extremamente perfeccionista e metódica". A mulher “gostava de dominar a situação, com os filhos e com as pessoas do convívio dela. Tudo que saía fora da normalidade, para se tornava uma situação de extremo incômodo".
O irmão de 17 anos de Rafael, que estava na casa na noite do crime estaria acordado, mas com fones de ouvido, e não ouviu a movimentação. "Não houve uma participação dele", diz Eibert.
Com este novo depoimento, a investigação da morte de Rafael Mateus deve ser encaminhada pela Polícia Civil como homicídio doloso — quando há intenção de matar – já que Alexandra mudou a versão que vinha sustentando até então, de que não teve intenção de matar o filho.
Fonte: Grupo Chiru, com informações do G1 e GaúchaZH