Questionado sobre se receava sofrer uma ação de improbidade caso levasse a cabo a venda por valor abaixo ou muito próximo do valor patrimonial das ações, o governador respondeu que não. O tucano também refutou que as características da operação (um lote muito grande de ações apenas a investidores profissionais) tenham sido equivocadas.
"Fizemos toda a modelagem seguindo as melhores práticas e apresentamos uma operação muito consistente, na qual os maiores bancos do mundo demonstraram interesse", defendeu.
Conforme Leite, o que provocou o cancelamento foi de fato o valor das ofertas, abaixo do estimado pelo controlador. "Tivemos ofertas suficientes, para a venda do lote completo, mas o preço nao atendia ao razoável."
Novamente alegando regras de sigilo, nem o governador e nem o secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, revelaram qual o valor oferecido por ação. Na terça e na quarta-feira a informação entre operadores do mercado financeiro era de que esse valor ficou entre R$ 18,50 e R$ 19,00.
Durante sua manifestação, Leite disse que o Estado mantém o compromisso de colocar os salários em dia ainda em 2019. Sobre quais as alternativas pretende utilizar para tanto, citou as negociações com outros poderes e sobre o uso do fundo de reaparelhamento do Judiciário, as tratativas sobre Lei Kandir, e cessão onerosa do pré-sal e fundo de exportações.
Questionado sobre se mantém a promessa de não privatizar o Banrisul, disse que nenhuma ação está descartada em relação ao banco, mas destacou que que não vê espaço para a privatização "se nada mudar dentro da Assembleia."
Preço não atendeu interesse
O mercado financeiro foi informado do cancelamento ainda na noite de quarta. No fato relevante divulgado pela manhã, o banco informou que “o preço por ação apresentado não atendia ao interesse do Acionista Vendedor”, que é o governo do Estado.